Scarllet Whille – POV On
Aquela paisagem de uma certa forma me deixava calma e
irritada ao mesmo tempo, era incrível como conseguia fazer tanto frio mesmo eu estando dentro do carro e com o aquecedor ligado, Stratford era realmente como descreviam, tinha uma paisagem sombria e ao mesmo tempo conseguia de alguma forma encantar as pessoas, o céu era um cinza com um leve dourado de fim de tarde, a paisagem ao redor da estrada tinha campos livres com uma folhagem dourada as arvores estavam em clima de outono, estavam amareladas, o sono estava começando a me invadir, mas eu não queria dormir, queria ver quando
passássemos pela entrada oficial de Stratford, queria ver o inferno que eu ia morar a partir de agora, eu estava me mudando, e tudo por causa do trabalho de meu pai, sim, eu estava mudando toda a minha vida, tudo pela empresa que meu pai é sócio, estavam o mandando pra esse fim de mundo, literalmente, por causa de uma filial da empresa que se instalou aqui, eu queria ser que nem minha mãe que não ligava para nada, estava sempre feliz, em qualquer lugar que estivesse conseguia ser simplesmente e totalmente radiante em tudo o que fazia.
Eu já estava há 4 horas dentro do carro, meu pai estava dirigindo e minha mãe logo ao seu lado dormia serena, meu pai parecia ansioso
com o que ira encontrar ele é do tipo de pessoa que gosta de conhecer novos lugares e de um modo incrível adora mudanças, ele diz que se mudar é como se você pudesse reconstruir sua personalidade e criar um novo “eu”.
Mas para uma menina como eu de 16 anos criar um novo “ eu “ é total perda de tempo, eu estava feliz em Nova York, para que ia querer vir pra esse local que todos nem civilizados devem ser?
Olhei para a direita assim que vi a placa da entrada de Stratford, a esse momento já havia várias casas, não havia variedades de cor, eram todas nos tons pastéis e branco, eraestranho.
Comecei a me perguntar se toda a cidade era assim ou apenas
o local que meu pai estava indo era dessas características. Antes de continuar vou me apresentar assim fica mais fácil de você entender essa minha mudança completa. Me chamo Scarllet Whille graças aos meu pais, tenho 16 anos e estou a exatamente 2 meses de fazer 17, eu morava em Nova York eu era feliz lá, tinha amigos, tinha o meu grupo,resumindo,
tinha uma vida.
Eu não era popular, por mais que todos me dessem atenção só
por causa do cargo de meu pai na Empresa Bieber uma grande empresa de petróleo, meu pai era um dos grandes investidores e para todos isso era o que valia mais já eu nunca gostei de pessoas “ Interesseiras
“ eu tenho pavor de pessoas com essa personalidade, elas só ligam pro seu dinheiro e no que podem ganhar se você for melhor amiga deles, o pior é que eu não sou rica, quem é rico nessa história toda são meus pais, então por que não viram amigos deles e me deixam em paz? Meu pai se chama Jason Parker Whille e é a pessoa mais ocupada e positiva que existe ele quase nunca tem tempo pra minha mãe e eu e sempre acha, acha não, tem absoluta certeza que tudo sempre vai dar certo, por mais que tudo esteja acabado e alguém esteja no fim do poço ele sempre diz que se a pessoa tiver força e perseverança ela consegue tudo o que quer e se livra dos seus pesadelos já Minha mãe Se chama Elizabeth Ghen Whille e como eu já disse ela é uma das pessoas mais felizes, ela não se força a nada ela é espontânea e tem a maior beleza que já vi em toda a minha vida, ela éperfeitamente perfeita e eu a admiro por tudo o que ela faz.
Olhei pela janela do carro e vi agora que passávamos por mansões que pareciam valer mais de milhões de dólares, não parecia nada com o
que vi há minutos a trás, os jardins de frente das mansões eram de um verde extremo, tudo tinha uma aparência de bem cuidado, eram todas grandes e tinham detalhes, só percebi que havíamos chegado a nossa nova casa quando meu pai estacionou o carro em frente a uma
casa de tamanha imensidão que me deixou de boca aberta, era bem maior do que nossa outra casa, a frente não era moderna mais era linda.
– Amor acorde, chegamos. – Disse meu pai sorrindo e balançando levemente minha mãe que estava em um sono profundo.
– Hum, Chegamos? – disse ela se bocejando e sorrindo ao mesmo tempo, sim com ela isso é possível.
– Sim, desça do carro pra ver como ela é, venha também Scarllet – ele disse olhando pra mim.
Dei um simples aceno com a cabeça assentindo que iria, minha mãe começou a conversar com meu pai em quanto o mesmo tirava as malas do porta malas, ela parecia realmente empolgada com isso tudo, meu pai parecia com problemas pra tirar as malas e ficava rindo das coisas que minha mãe falava, já eu estava parada bem em frente a casa observando cada detalhe e virei a cabeça olhando para os lados para ter a visão da vizinhança, as casa também eram grandes e bonitas mas quando virei a cabeça para a esquerda e olhei as casas deste lado e vi a casa vizinha ao lado do minha e percebi que alguém observava
todo o movimento da nossa mudança eu apertei os olhos pra conseguir enxergar a pessoa já que a distancia era significativa, percebi de imediato que era um menino, pelo que eu conseguia ver ele era bonito, assim que o olhei percebi que era um pouco branco demais, o cabelo tinha um leve movimento e eram meio loiros, a boca era rosada e grande, ele me olhava mas não me encarava, ele parecia me analisar minuciosamente, eu já tinha analisado seu rosto, ele percebeu que eu também o olhava.
– Vamos filha vai ficar parada o dia inteiro olhando o nada? Está tudo bem querida? – minha mãe falou e parou em minha frente
sorrindo, foi só ai que percebi que meu pai já havia levado todas as malas pra dentro da nova casa.
– Sim está tudo bem mãe não precisa se preocupar, só estou dando uma olhada pra ver se vou conseguir me acostumar entende? – disse sorrindo fraco, e com uma imensa vontade de olhar para o lado e ver se aquele garoto estava me olhando, era estranho eu precisava olhar, mais me segurei.
– Tudo bem, vou entrar pra ver a casa com seu pai ele está tão feliz, venha logo, 1 minuto. – ela disse enquanto se afastava e entrava na casa,
Eu fiquei ali parada no mesmo lugar sem me mover, então foi
ai que me toquei de que estava ali por causa do garoto então logo dei uma
olhada para a casa ao lado e uma coisa me assustou, o garoto continuava ali me olhando com a boca semi aberta e com a mesma aparência, ele ficou me olhando em quanto conversava com minha mãe? Por que ele tanto me encarava, um vento frio passou por mim e eu puxei meu casaco na intenção de me cobrir mais. Aqueles olhares estavam me deixando nervosa e com medo, eu nunca fui de abandonar uma
série de olhares como esse, eu sempre encarava de volta as pessoas que me encaravam, isso pra mim é como se quanto mais tempo você ficar encarando alguém mais você tem o respeito dela, mais o olhar dele me deixou com um certo medo, então logo caminhei até a porta da casa e entrei nela, ficando hipnotizada pela beleza dos móveis, e a modernidade
que o interior da casa esbanjava, era tudo muito bem arrumado parecia que tinha levado um grande tempo para ser planejado, logo ouvi conversas do segundo andar e subi as escadas e vi meus pais rindo e conversando.
– Scarllet, eu e seu pai já estamos vendo a casa ela é linda não é? – minha mãe me perguntou.
– Sim, pelo pouco que vi já achei legal. – eu disse um pouco desinteressada mais com um sorriso no rosto.
– Ótimo! Hoje você pode arrumar se closet e organizar seu quarto do seu jeito se quiser. – disse meu pai olhando para mim.
– Ah sim, eu vou arrumar, mas onde fica o meu quarto? – eu perguntei.
– Venha, que eu te mostro, em quanto isso seu pai liga para o chefe dele para resolver alguns assuntos importantes não é Jason? – Minha mãe perguntou e no final direcionou seu olhar a meu pai.
– Claro, eu já ia me esquecendo disto, então mostre a ela o quarto e a ajude se for preciso, a ligação vai ser rápida – ele disse e logo saiu entrando em um quarto já com o telefone em mãos.
– Vem Scarllet – minha mãe me chamou me puxando pelas mãos até uma porta das que pareciam dezenas e a
abriu, o cômodo era bonito, tinha paredes em um tom roxo escuro, uma cama de casal estava centralizada no quarto logo do lado da cama tinham duas cômodas baixas e uma ficava de cada lado da cama, havia uma televisão era grande e ficava bem em frente à cama em cima de um “armário” baixo e próprio para ter esse objeto, existiam mais duas portas dentro do quarto do lado direito que presumi ser o Closet e o Banheiro, tinham muitos objetos no cômodo que deixavam-no lindo.
– E então gostou? – ela perguntou empolgada.
– Óbvio mãe, como não gostar? – respondi um pouco desconfortável de repente, senti algo me observando, isso me deixou assustada, eu não costumava sentir esse medo por nada.
– Eu vou arrumar algumas coisas na casa, você sabe, deixá-la mais a minha cara, e você pode ir arrum... - ela ia dizendo só que meu pai entrou apressado no quarto logo a interrompendo com telefone nas mãos.
– Jeremy está no telefone perguntando se não queremos ir jantar na casa dele já que ainda
teremos que fazer compras e já está tarde, o que vocês acham? – ele disse apresado por uma resposta rápida.
– Ah sim... claro, nós vamos – minha mãe respondeu.
– E você Scarllet? – perguntou torcendo pra um sim.
– Não sei – eu estava cansada demais para ouvir três horas de conversa sobre bolsa de valores ou assuntos da empresa, isso não me interessa.
– Vamos, por favor, pelo menos uma vez na sua vida filha faça algo pelo seu pai – ele disse fazendo uma cara engraçada e de quem está implorando.
– Tudo bem... – eu
disse baixo com se fosse uma tortura, e dei um suspiro alto no final.
Ele sorriu e saiu falando no telefone com esse Jeremy.
– Estou feliz que você vai no jantar querida, agora de pelo menos uma arrumada na sua mala e
escolha uma roupa em quanto eu isso eu vou perguntar pro seu pai que horas
devemos estar prontos – ela disse e veio até mim dando um beijo em minha
testa, eu apenas sorri.
Assim que ela saiu de meu quarto e fechou a porta eu
observei o quarto mais um vez e procurei minhas malas, elas estavam do lado da
cama, as peguei e abri olhando as roupas e já imaginando o trabalho que ia ser
ter que arrumar tudo aquilo no closet, e não daria tempo de arrumar tudo já que
tinha um jantar a ir, então me pus a procurar uma roupa que me deixasse
apresentável, assim que terminei abri as duas portas do quarto e vi o closet e
o banheiro ambos eram grandes, entrei no banheiro e vi que já havia toalhas e
tudo o que eu preciso para tomar banho, me despi rapidamente e liguei o
chuveiro esperando a água ficar quente, assim que ela esquentou entrei de baixo
do chuveiro, fiquei pensando em como seria minha vida daqui a diante nesta
casa, nesta cidade, neste local totalmente diferente e estranho para mim,
deixei a água escorrer pelo meu corpo, e assim que me dei conta que já deveria
estar ali a muitos minutos sai me enrolando na toalha e indo para o quarto.
– Querida será que você já pode se arrumar para o jantar? – ouvi minha mãe falando do lado de
fora do quarto.
– Claro já vou me arrumar. – eu respondi.
– Não demore muito, a
casa dele pode ser ao lado, mais não queremos abusar do tempo. – ela disse
e ouvi os passos do corredor, ela já devia ter saído.
Mais espere... Casa ao lado? Isso quer disser que... Não
pode ser... é muita coincidência.
Eu fiquei confusa, e me perguntando se a casa que minha mãe
estava se referindo era à casa de que o garoto estava me encarando. Fiquei
torcendo para ser a outra casa
vizinha.
Vesti um vestido de cor nude que era um palmo acima dos
joelhos e com a saia um pouco “armada”,
Coloquei uma meia calça da cor da pele mais que esquentava já que eu não queria
passar frio, vesti um cardigã que esquentasse por cima e calcei um salto alto
bege.
Eu deixei meus
cabelos soltos e lisos com pequenas ondulações, passei um simples corretivo e
um pouco de base para tirar um pouco minhas olheiras, eu estava praticamente
sem maquiagem alguma, eu me achava mais bonita assim, uma mulher bonita não
precisa de quilos de maquiagem para se sentir, uma mulher bonita é linda de
qualquer jeito.
Assim que terminei abri a porta e sai do quarto, desci a
escada e assim que cheguei a sala principal meus pais já estavam lá arrumados e
conversando, assim que notaram a minha presença me olharam e minha mãe sorriu.
– Já que você já está
pronta já podemos ir. – ele disse já de dirigindo a porta com minha mãe
atrás dele, suspirei alto e os segui, assim que fecharam a porta de entrada eu
fiquei torcendo para que eles fossem para a esquerda ao invés de seguirem para
a casa da direita, mas foi tudo a toa por que assim que vi eles já estavam
seguindo para a casa aquela casa eu
fui andando lentamente e vi assim que eles pararam na porta e minha mãe me
chamou com um aceno de mão, como se “falasse” para eu andar mais rápido, assim
que estava chegando na entrada um mulher bonita abriu a porta e logo ao lado
dela havia um homem, eles cumprimentaram meus pais e olharam na minha direção e
deram um sorriso.
– Olá você deve ser a
filha de Jason? Scarllet não é mesmo? – disse a mulher ela era simpática e
tinha um grande sorriso no rosto.
– Sim, sou eu mesma.
– eu disse séria, eu poderia ter dado um dos meus melhores sorrisos mais
nem o mais falso de todos saiu naquele momento.
– Claro, e eu sou
Patrícia, mas me chame de Pattie sem formalidades, e esse é meu marido, Jeremy.
– ela disse e continuou. – podem
entrar, vamos. – ela falou sorrindo.
– Seja bem vinda
Jason fala muito de você - o marido de Pattie, Jeremy disse se dirigindo a
mim.
Eu apenas dei um sorriso fraco.
– Sente aqui querida
– Pattie disse me chamando para sentar na sala onde tinha um grande sofá em
quanto isso meu pai e Jeremy estavam conversando e se dirigindo a sala de
jantar.
A casa era grande no estilo da minha, mais os móveis eram
rústicos e pareciam de gerações, eu me sentei no sofá e minha mãe e Pattie se
sentaram em outro já conversando.
– Ah, Scarllet, eu
tenho um filho o Justin, ele já deve estar descendo. – ela disse sorrindo e
logo continuando – E a propósito você é
muito linda. – ela disse tentando ser simpática.
–Obrigada, a senhora
também é bonita. – disse sorrindo.
– Pattie, por favor.
– ela disse se referindo a eu ter chamado-a de Senhora.
– Claro Pattie. –
respondi brevemente e ela sorriu.
Eu fiquei pensando em quando o garoto ia descer, eu estava com
um frio na barriga, eu não tinha
motivos pra estar assim, mas estava.
Passaram-se vários minutos até que ouvi passos pesados na
escada, eu olhei na direção e vi um garoto, era ele, o que havia me causado
arrepios sem motivo.
– Quem bom que desceu
filho, essa é Elizabeth esposa de Jason. – Pattie disse ao garoto
apresentando minha mãe que sorriu e se levantou para apertar a mão dele, ele
deu um sorriso sem mostrar os dentes e apertou, depois disso ele lançou o seu
olhar para mim e eu desviei o meu rapidamente do dele.
– É um prazer te
conhecer Justin. – minha mãe disse sorrindo.
– O Prazer é todo meu
Elizabeth. – O garoto, Justin, respondeu com um leve sorriso, a voz dele
era rouca e calma, e me causou um calafrio, ele mexeu nos cabelos e os jogou, agora
que ele estava mais perto eu podia analisar cada detalhe e ele era perfeito não havia um certo defeito no
rosto dele, ele era lindo.
– E bem Justin, essa
é a Scarllet filha de Elizabeth e Jason, e Scarllet esse é meu filho que eu lhe
falei. – Pattie disse olhando para mim, e Justin também me olhou, eu olhei
para baixo e em instantes alguém estava parado a minha frente.
– É um prazer
Scarllet. – aquela voz rouca e arrepiante disse e eu olhei para cima vendo
ele me encarando.
– Oi. – respondi
simplesmente, e séria.
Minha mãe e Pattie saíram conversando em direção a algum
cômodo, e me deixaram na sala com aquele garoto me olhando, ele se sentou do
meu lado no sofá e por mais que o sofá fosse grande ele fez questão de se
sentar ao meu lado praticamente colado em mim.
Sim eu estava nervosa e com a respiração ofegante já ele
respirava calmamente, eu dei uma leve olhada pelo canto dos olhos nele e eu
tinha uma expressão neutra, ele tinha um cheiro cítrico e diferente, era bom e
naquele momento o cheiro dele parecia me “chamar”,me atrair, mas eu lentamente me afastei alguns centímetros.
– Vocês chegaram hoje
não é mesmo? – ele me perguntou calmo.
– Sim, hoje no fim de
tarde.
Ele deu uma leve levantada se sentando novamente mais perto
de mim, e eu mais uma vez me afastei, mas quando eu estava prestes a me
movimentar uma mão gélida me segurou com leveza, não era como se quisesse me
impedir de me afastar era como se ele quisesse me convencer de que eu não
poderia sair do lado dele, e eu não me movi.
– Por que está se
afastando? Está com medo de mim? – ele disse me olhando e ainda com a mão
em meu braço.
– O que? Claro que
não. Porque estaria com medo? Acabei de te conhecer não tenho motivos para
isso. – Eu respondi em um tom leve e pronunciei as palavras lentamente.
– Ótimo. – Justin
disse e sorriu.
Ele deslizou sua mão pelo meu braço e arrastou seus dedos
lentamente fazendo um tipo de caminho nele e depois tirando completamente as
mãos dele. Ele se levantou e parou a minha frente.
– Vou falar com minha
mãe, espero que não se importe de ficar sem companhia por algum tempo.
– Não me importo, pode ir. – eu disse olhando nos olhos dele, eles eram castanhos de uma cor intensa, e havia um brilho forte neles, eles me hipnotizaram por um tempo, mas logo parei de olhar e Justin saiu da sala.
Aquilo era estranho, nunca vi alguém como ele, havia alguma
coisa nele, naquele olhar que me deixava com medo, nervosa e me arrepiava, ele era diferente, aquele garoto era de uma beleza sobrenatural.
Aquela paisagem de uma certa forma me deixava calma e
irritada ao mesmo tempo, era incrível como conseguia fazer tanto frio mesmo eu estando dentro do carro e com o aquecedor ligado, Stratford era realmente como descreviam, tinha uma paisagem sombria e ao mesmo tempo conseguia de alguma forma encantar as pessoas, o céu era um cinza com um leve dourado de fim de tarde, a paisagem ao redor da estrada tinha campos livres com uma folhagem dourada as arvores estavam em clima de outono, estavam amareladas, o sono estava começando a me invadir, mas eu não queria dormir, queria ver quando
passássemos pela entrada oficial de Stratford, queria ver o inferno que eu ia morar a partir de agora, eu estava me mudando, e tudo por causa do trabalho de meu pai, sim, eu estava mudando toda a minha vida, tudo pela empresa que meu pai é sócio, estavam o mandando pra esse fim de mundo, literalmente, por causa de uma filial da empresa que se instalou aqui, eu queria ser que nem minha mãe que não ligava para nada, estava sempre feliz, em qualquer lugar que estivesse conseguia ser simplesmente e totalmente radiante em tudo o que fazia.
Eu já estava há 4 horas dentro do carro, meu pai estava dirigindo e minha mãe logo ao seu lado dormia serena, meu pai parecia ansioso
com o que ira encontrar ele é do tipo de pessoa que gosta de conhecer novos lugares e de um modo incrível adora mudanças, ele diz que se mudar é como se você pudesse reconstruir sua personalidade e criar um novo “eu”.
Mas para uma menina como eu de 16 anos criar um novo “ eu “ é total perda de tempo, eu estava feliz em Nova York, para que ia querer vir pra esse local que todos nem civilizados devem ser?
Olhei para a direita assim que vi a placa da entrada de Stratford, a esse momento já havia várias casas, não havia variedades de cor, eram todas nos tons pastéis e branco, eraestranho.
Comecei a me perguntar se toda a cidade era assim ou apenas
o local que meu pai estava indo era dessas características. Antes de continuar vou me apresentar assim fica mais fácil de você entender essa minha mudança completa. Me chamo Scarllet Whille graças aos meu pais, tenho 16 anos e estou a exatamente 2 meses de fazer 17, eu morava em Nova York eu era feliz lá, tinha amigos, tinha o meu grupo,resumindo,
tinha uma vida.
Eu não era popular, por mais que todos me dessem atenção só
por causa do cargo de meu pai na Empresa Bieber uma grande empresa de petróleo, meu pai era um dos grandes investidores e para todos isso era o que valia mais já eu nunca gostei de pessoas “ Interesseiras
“ eu tenho pavor de pessoas com essa personalidade, elas só ligam pro seu dinheiro e no que podem ganhar se você for melhor amiga deles, o pior é que eu não sou rica, quem é rico nessa história toda são meus pais, então por que não viram amigos deles e me deixam em paz? Meu pai se chama Jason Parker Whille e é a pessoa mais ocupada e positiva que existe ele quase nunca tem tempo pra minha mãe e eu e sempre acha, acha não, tem absoluta certeza que tudo sempre vai dar certo, por mais que tudo esteja acabado e alguém esteja no fim do poço ele sempre diz que se a pessoa tiver força e perseverança ela consegue tudo o que quer e se livra dos seus pesadelos já Minha mãe Se chama Elizabeth Ghen Whille e como eu já disse ela é uma das pessoas mais felizes, ela não se força a nada ela é espontânea e tem a maior beleza que já vi em toda a minha vida, ela éperfeitamente perfeita e eu a admiro por tudo o que ela faz.
Olhei pela janela do carro e vi agora que passávamos por mansões que pareciam valer mais de milhões de dólares, não parecia nada com o
que vi há minutos a trás, os jardins de frente das mansões eram de um verde extremo, tudo tinha uma aparência de bem cuidado, eram todas grandes e tinham detalhes, só percebi que havíamos chegado a nossa nova casa quando meu pai estacionou o carro em frente a uma
casa de tamanha imensidão que me deixou de boca aberta, era bem maior do que nossa outra casa, a frente não era moderna mais era linda.
– Amor acorde, chegamos. – Disse meu pai sorrindo e balançando levemente minha mãe que estava em um sono profundo.
– Hum, Chegamos? – disse ela se bocejando e sorrindo ao mesmo tempo, sim com ela isso é possível.
– Sim, desça do carro pra ver como ela é, venha também Scarllet – ele disse olhando pra mim.
Dei um simples aceno com a cabeça assentindo que iria, minha mãe começou a conversar com meu pai em quanto o mesmo tirava as malas do porta malas, ela parecia realmente empolgada com isso tudo, meu pai parecia com problemas pra tirar as malas e ficava rindo das coisas que minha mãe falava, já eu estava parada bem em frente a casa observando cada detalhe e virei a cabeça olhando para os lados para ter a visão da vizinhança, as casa também eram grandes e bonitas mas quando virei a cabeça para a esquerda e olhei as casas deste lado e vi a casa vizinha ao lado do minha e percebi que alguém observava
todo o movimento da nossa mudança eu apertei os olhos pra conseguir enxergar a pessoa já que a distancia era significativa, percebi de imediato que era um menino, pelo que eu conseguia ver ele era bonito, assim que o olhei percebi que era um pouco branco demais, o cabelo tinha um leve movimento e eram meio loiros, a boca era rosada e grande, ele me olhava mas não me encarava, ele parecia me analisar minuciosamente, eu já tinha analisado seu rosto, ele percebeu que eu também o olhava.
– Vamos filha vai ficar parada o dia inteiro olhando o nada? Está tudo bem querida? – minha mãe falou e parou em minha frente
sorrindo, foi só ai que percebi que meu pai já havia levado todas as malas pra dentro da nova casa.
– Sim está tudo bem mãe não precisa se preocupar, só estou dando uma olhada pra ver se vou conseguir me acostumar entende? – disse sorrindo fraco, e com uma imensa vontade de olhar para o lado e ver se aquele garoto estava me olhando, era estranho eu precisava olhar, mais me segurei.
– Tudo bem, vou entrar pra ver a casa com seu pai ele está tão feliz, venha logo, 1 minuto. – ela disse enquanto se afastava e entrava na casa,
Eu fiquei ali parada no mesmo lugar sem me mover, então foi
ai que me toquei de que estava ali por causa do garoto então logo dei uma
olhada para a casa ao lado e uma coisa me assustou, o garoto continuava ali me olhando com a boca semi aberta e com a mesma aparência, ele ficou me olhando em quanto conversava com minha mãe? Por que ele tanto me encarava, um vento frio passou por mim e eu puxei meu casaco na intenção de me cobrir mais. Aqueles olhares estavam me deixando nervosa e com medo, eu nunca fui de abandonar uma
série de olhares como esse, eu sempre encarava de volta as pessoas que me encaravam, isso pra mim é como se quanto mais tempo você ficar encarando alguém mais você tem o respeito dela, mais o olhar dele me deixou com um certo medo, então logo caminhei até a porta da casa e entrei nela, ficando hipnotizada pela beleza dos móveis, e a modernidade
que o interior da casa esbanjava, era tudo muito bem arrumado parecia que tinha levado um grande tempo para ser planejado, logo ouvi conversas do segundo andar e subi as escadas e vi meus pais rindo e conversando.
– Scarllet, eu e seu pai já estamos vendo a casa ela é linda não é? – minha mãe me perguntou.
– Sim, pelo pouco que vi já achei legal. – eu disse um pouco desinteressada mais com um sorriso no rosto.
– Ótimo! Hoje você pode arrumar se closet e organizar seu quarto do seu jeito se quiser. – disse meu pai olhando para mim.
– Ah sim, eu vou arrumar, mas onde fica o meu quarto? – eu perguntei.
– Venha, que eu te mostro, em quanto isso seu pai liga para o chefe dele para resolver alguns assuntos importantes não é Jason? – Minha mãe perguntou e no final direcionou seu olhar a meu pai.
– Claro, eu já ia me esquecendo disto, então mostre a ela o quarto e a ajude se for preciso, a ligação vai ser rápida – ele disse e logo saiu entrando em um quarto já com o telefone em mãos.
– Vem Scarllet – minha mãe me chamou me puxando pelas mãos até uma porta das que pareciam dezenas e a
abriu, o cômodo era bonito, tinha paredes em um tom roxo escuro, uma cama de casal estava centralizada no quarto logo do lado da cama tinham duas cômodas baixas e uma ficava de cada lado da cama, havia uma televisão era grande e ficava bem em frente à cama em cima de um “armário” baixo e próprio para ter esse objeto, existiam mais duas portas dentro do quarto do lado direito que presumi ser o Closet e o Banheiro, tinham muitos objetos no cômodo que deixavam-no lindo.
– E então gostou? – ela perguntou empolgada.
– Óbvio mãe, como não gostar? – respondi um pouco desconfortável de repente, senti algo me observando, isso me deixou assustada, eu não costumava sentir esse medo por nada.
– Eu vou arrumar algumas coisas na casa, você sabe, deixá-la mais a minha cara, e você pode ir arrum... - ela ia dizendo só que meu pai entrou apressado no quarto logo a interrompendo com telefone nas mãos.
– Jeremy está no telefone perguntando se não queremos ir jantar na casa dele já que ainda
teremos que fazer compras e já está tarde, o que vocês acham? – ele disse apresado por uma resposta rápida.
– Ah sim... claro, nós vamos – minha mãe respondeu.
– E você Scarllet? – perguntou torcendo pra um sim.
– Não sei – eu estava cansada demais para ouvir três horas de conversa sobre bolsa de valores ou assuntos da empresa, isso não me interessa.
– Vamos, por favor, pelo menos uma vez na sua vida filha faça algo pelo seu pai – ele disse fazendo uma cara engraçada e de quem está implorando.
– Tudo bem... – eu
disse baixo com se fosse uma tortura, e dei um suspiro alto no final.
Ele sorriu e saiu falando no telefone com esse Jeremy.
– Estou feliz que você vai no jantar querida, agora de pelo menos uma arrumada na sua mala e
escolha uma roupa em quanto eu isso eu vou perguntar pro seu pai que horas
devemos estar prontos – ela disse e veio até mim dando um beijo em minha
testa, eu apenas sorri.
Assim que ela saiu de meu quarto e fechou a porta eu
observei o quarto mais um vez e procurei minhas malas, elas estavam do lado da
cama, as peguei e abri olhando as roupas e já imaginando o trabalho que ia ser
ter que arrumar tudo aquilo no closet, e não daria tempo de arrumar tudo já que
tinha um jantar a ir, então me pus a procurar uma roupa que me deixasse
apresentável, assim que terminei abri as duas portas do quarto e vi o closet e
o banheiro ambos eram grandes, entrei no banheiro e vi que já havia toalhas e
tudo o que eu preciso para tomar banho, me despi rapidamente e liguei o
chuveiro esperando a água ficar quente, assim que ela esquentou entrei de baixo
do chuveiro, fiquei pensando em como seria minha vida daqui a diante nesta
casa, nesta cidade, neste local totalmente diferente e estranho para mim,
deixei a água escorrer pelo meu corpo, e assim que me dei conta que já deveria
estar ali a muitos minutos sai me enrolando na toalha e indo para o quarto.
– Querida será que você já pode se arrumar para o jantar? – ouvi minha mãe falando do lado de
fora do quarto.
– Claro já vou me arrumar. – eu respondi.
– Não demore muito, a
casa dele pode ser ao lado, mais não queremos abusar do tempo. – ela disse
e ouvi os passos do corredor, ela já devia ter saído.
Mais espere... Casa ao lado? Isso quer disser que... Não
pode ser... é muita coincidência.
Eu fiquei confusa, e me perguntando se a casa que minha mãe
estava se referindo era à casa de que o garoto estava me encarando. Fiquei
torcendo para ser a outra casa
vizinha.
Vesti um vestido de cor nude que era um palmo acima dos
joelhos e com a saia um pouco “armada”,
Coloquei uma meia calça da cor da pele mais que esquentava já que eu não queria
passar frio, vesti um cardigã que esquentasse por cima e calcei um salto alto
bege.
Eu deixei meus
cabelos soltos e lisos com pequenas ondulações, passei um simples corretivo e
um pouco de base para tirar um pouco minhas olheiras, eu estava praticamente
sem maquiagem alguma, eu me achava mais bonita assim, uma mulher bonita não
precisa de quilos de maquiagem para se sentir, uma mulher bonita é linda de
qualquer jeito.
Assim que terminei abri a porta e sai do quarto, desci a
escada e assim que cheguei a sala principal meus pais já estavam lá arrumados e
conversando, assim que notaram a minha presença me olharam e minha mãe sorriu.
– Já que você já está
pronta já podemos ir. – ele disse já de dirigindo a porta com minha mãe
atrás dele, suspirei alto e os segui, assim que fecharam a porta de entrada eu
fiquei torcendo para que eles fossem para a esquerda ao invés de seguirem para
a casa da direita, mas foi tudo a toa por que assim que vi eles já estavam
seguindo para a casa aquela casa eu
fui andando lentamente e vi assim que eles pararam na porta e minha mãe me
chamou com um aceno de mão, como se “falasse” para eu andar mais rápido, assim
que estava chegando na entrada um mulher bonita abriu a porta e logo ao lado
dela havia um homem, eles cumprimentaram meus pais e olharam na minha direção e
deram um sorriso.
– Olá você deve ser a
filha de Jason? Scarllet não é mesmo? – disse a mulher ela era simpática e
tinha um grande sorriso no rosto.
– Sim, sou eu mesma.
– eu disse séria, eu poderia ter dado um dos meus melhores sorrisos mais
nem o mais falso de todos saiu naquele momento.
– Claro, e eu sou
Patrícia, mas me chame de Pattie sem formalidades, e esse é meu marido, Jeremy.
– ela disse e continuou. – podem
entrar, vamos. – ela falou sorrindo.
– Seja bem vinda
Jason fala muito de você - o marido de Pattie, Jeremy disse se dirigindo a
mim.
Eu apenas dei um sorriso fraco.
– Sente aqui querida
– Pattie disse me chamando para sentar na sala onde tinha um grande sofá em
quanto isso meu pai e Jeremy estavam conversando e se dirigindo a sala de
jantar.
A casa era grande no estilo da minha, mais os móveis eram
rústicos e pareciam de gerações, eu me sentei no sofá e minha mãe e Pattie se
sentaram em outro já conversando.
– Ah, Scarllet, eu
tenho um filho o Justin, ele já deve estar descendo. – ela disse sorrindo e
logo continuando – E a propósito você é
muito linda. – ela disse tentando ser simpática.
–Obrigada, a senhora
também é bonita. – disse sorrindo.
– Pattie, por favor.
– ela disse se referindo a eu ter chamado-a de Senhora.
– Claro Pattie. –
respondi brevemente e ela sorriu.
Eu fiquei pensando em quando o garoto ia descer, eu estava com
um frio na barriga, eu não tinha
motivos pra estar assim, mas estava.
Passaram-se vários minutos até que ouvi passos pesados na
escada, eu olhei na direção e vi um garoto, era ele, o que havia me causado
arrepios sem motivo.
– Quem bom que desceu
filho, essa é Elizabeth esposa de Jason. – Pattie disse ao garoto
apresentando minha mãe que sorriu e se levantou para apertar a mão dele, ele
deu um sorriso sem mostrar os dentes e apertou, depois disso ele lançou o seu
olhar para mim e eu desviei o meu rapidamente do dele.
– É um prazer te
conhecer Justin. – minha mãe disse sorrindo.
– O Prazer é todo meu
Elizabeth. – O garoto, Justin, respondeu com um leve sorriso, a voz dele
era rouca e calma, e me causou um calafrio, ele mexeu nos cabelos e os jogou, agora
que ele estava mais perto eu podia analisar cada detalhe e ele era perfeito não havia um certo defeito no
rosto dele, ele era lindo.
– E bem Justin, essa
é a Scarllet filha de Elizabeth e Jason, e Scarllet esse é meu filho que eu lhe
falei. – Pattie disse olhando para mim, e Justin também me olhou, eu olhei
para baixo e em instantes alguém estava parado a minha frente.
– É um prazer
Scarllet. – aquela voz rouca e arrepiante disse e eu olhei para cima vendo
ele me encarando.
– Oi. – respondi
simplesmente, e séria.
Minha mãe e Pattie saíram conversando em direção a algum
cômodo, e me deixaram na sala com aquele garoto me olhando, ele se sentou do
meu lado no sofá e por mais que o sofá fosse grande ele fez questão de se
sentar ao meu lado praticamente colado em mim.
Sim eu estava nervosa e com a respiração ofegante já ele
respirava calmamente, eu dei uma leve olhada pelo canto dos olhos nele e eu
tinha uma expressão neutra, ele tinha um cheiro cítrico e diferente, era bom e
naquele momento o cheiro dele parecia me “chamar”,me atrair, mas eu lentamente me afastei alguns centímetros.
– Vocês chegaram hoje
não é mesmo? – ele me perguntou calmo.
– Sim, hoje no fim de
tarde.
Ele deu uma leve levantada se sentando novamente mais perto
de mim, e eu mais uma vez me afastei, mas quando eu estava prestes a me
movimentar uma mão gélida me segurou com leveza, não era como se quisesse me
impedir de me afastar era como se ele quisesse me convencer de que eu não
poderia sair do lado dele, e eu não me movi.
– Por que está se
afastando? Está com medo de mim? – ele disse me olhando e ainda com a mão
em meu braço.
– O que? Claro que
não. Porque estaria com medo? Acabei de te conhecer não tenho motivos para
isso. – Eu respondi em um tom leve e pronunciei as palavras lentamente.
– Ótimo. – Justin
disse e sorriu.
Ele deslizou sua mão pelo meu braço e arrastou seus dedos
lentamente fazendo um tipo de caminho nele e depois tirando completamente as
mãos dele. Ele se levantou e parou a minha frente.
– Vou falar com minha
mãe, espero que não se importe de ficar sem companhia por algum tempo.
– Não me importo, pode ir. – eu disse olhando nos olhos dele, eles eram castanhos de uma cor intensa, e havia um brilho forte neles, eles me hipnotizaram por um tempo, mas logo parei de olhar e Justin saiu da sala.
Aquilo era estranho, nunca vi alguém como ele, havia alguma
coisa nele, naquele olhar que me deixava com medo, nervosa e me arrepiava, ele era diferente, aquele garoto era de uma beleza sobrenatural.
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