quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Capítulo 3 - Take You



Scarllet Whille – POV On
Havia acabado de chegar na frente de casa, soltei um suspiro
de alivio, parei o carro em frente à casa e apoiei a cabeça no volante, já se
passavam das duas da tarde, minha mãe e meu pai deveriam estar preocupados com minha demora.
Eu acabei me perdendo quando voltava, por isso a demora, eu
pretendia nunca mais voltar naquele local.
Respirei fundo mais uma vez, levantei a cabeça e procurei o controle da garagem, o peguei e abri a garagem, logo entrei com o carro e a fechei, peguei minha bolsa e abri a porta do carro, sai e fui em direção à porta que havia dentro da garagem que dava dentro da casa, a entrei e coloquei a bolsa no sofá, a casa estava silenciosa, joguei a chave do carro em cima da mesa.
– Mãe? – gritei da sala. – Pai? Tem alguém em casa? – gritei mais uma vez e fui até as escadas, parei no primeiro degrau assim que ouvi um barulho no segundo andar, o barulho era parecido com o que quando se bate alguma coisa na parede. – Pai? É você? Mãe? – Chamei mais uma vez es como não ouve resposta fiquei nervosa, mais devagar comecei a subir as escadas, estava com as mãos no corrimão da escada e assim que estava quase no último degrau outro barulho de algo batendo, passei pelos corredores e percebi que o barulho vinha do quarto de meus pais, assim que fui andando o barulho continuava algo se batendo, parei em frente à porta do quarto e ela estava apenas encostada, a abri lentamente tremendo de medo, assim que a abri totalmente um vento forte e frio passou por mim me fazendo tremer mais ainda, assim que olhei não havia ninguém no quarto e o barulho vinha da janela que estava aberta e batendo pelo vento de Stratford fui correndo até a janela para fechar olhei para o céu e ele estava completamente cinza e com áreas pretas, fechei rapidamente a janela e continuei a olhar o tempo e imaginar aonde meus pais poderiam ter ido, o céu estava com uma aparência de como se fossem desabar, folhas voavam para todos os lados, uma paisagem que eu desejava nunca ter visto, preferia o tempo ensolarado de onde morava a esse frio e sombrio de Stratford. Fui em direção à porta e sai do quarto na intenção e ir até o telefone e ligar para meus pais.
Assim que estava descendo a escada a porta de entrada abriu e tive a imagem de minha mãe e meu pai com várias sacolas e rindo.
– Pai, Mãe? Eu cheguei e não tinha ninguém onde vocês foram? – disse confusa já no ultimo degrau observando meu pai colocar as sacolas na mesa.
– Nós fomos fazer compras, seu pai não quis esperar você voltar com o carro então fomos em um mercado aqui perto. – minha mãe disse e foi em direção a cozinha com outras sacolas.
– Cansado? – perguntei para meu pai enquanto me jogava no sofá da sala e ligava a televisão.
– Sim. – ele disse me encarando e sentou ao meu lado.
– O que foi? – disse assim que percebi que ele ainda me encarava
– Não é nada, então, deu uma olhada na cidade? – ele me perguntou olhando agora para a televisão.
– Sim, eu olhei um pouco, nada de mais. – disse dando de ombros enquanto fitava a parede.
Ele murmurou algo e me olhou.
– Acho melhor você descansar hoje porque amanha é segunda e você vai a aula está me entendendo? Não quero que perca matéria e já vai ser um problema repor tudo já que estamos no meio do ano. – ele disse se levantando.
– Claro, mas eu nem sei como é essa escola pai, eu não sei nada sobre aqui, imagina como vai ser, eu não conheço absolutamente ninguém, eu tenho certeza que vão me excluir. – eu disse fazendo uma careta.
 Se eu fosse você não teria tanta certeza, as pessoas vão saber seu sobrenome então... Talvez você arrume mais colegas do que imagina. – ele disse saindo da sala, eu já havia entendido o que ele queria dizer sobre saberem meu sobrenome, vão todos saber que meu pai é sócio de Jeremy Collins então todos vão se aproximar de mim por esse motivo obvio.
Deitei-me no sofá e várias coisas vieram em minha mente e
logo comecei a pensar em Justin, estava tudo tão suspeito, tinha algo de muito
errado com ele, não é apenas o motivo de eu achar que ele seja Bipolar, em um
instante ele está sorrindo e conversando e no outro ele está misterioso, sério,
sem expressão alguma, na maioria das vezes não demonstra sentimentos, é sempre frio no jeito que fala.
É assustador o jeito que ele já toma conta dos meus
pensamentos em menos de um dia de mudança, eu tento entender o porque dele
entrar naquele local, mas não vem nenhum motivo pra isso na minha mente, o pior
é que não consegui desvendar o que eu fiz de tão ruim para ele sentir pena de
mim, mas como Justin disse ele não sente pena de ninguém.
[...]
Já eram 21:00 e eu já estava subindo para o meu quarto
preparar tudo para amanha, ia acordar muito cedo para não me atrasar para a
escola, a minha mais nova forma de tortura daqui dessa cidade que se chama High School Stratford Northwester.


Assim que cheguei ao meu quarto fechei a porta e fui em direção a cama,
olhei pela janela e pude perceber o tempo, chovia muito e podia ver as luzes de
trovões no céu, parecia ventar muito e não havia ninguém nas ruas, nem carros
passavam, suspirei e fui em direção a cama mais uma vez, só que um barulho de
motor me chamou a atenção e voltei meu olhar para a janela e pude ver um carro
parar em frente a residência dos Collins, era o carro do próprio, dele Justin,
pude ver ele entrando na garagem e logo a fechando.


Balancei minha cabeça a fim de tirar pensamentos e perguntas que vieram
na mente e voltei para a cama logo me cobrindo e adormecendo.
Ouvi um barulho irritante que fez com que sentisse uma dor insuportável
na cabeça , olhei para o lado e avistei minha cômoda com o despertador
barulhento, desativei-o e olhei as horas, eram 06:20 e ia para a escola as
07:30, levantei com preguiça e já sentia que hoje eu ia estar com um péssimo
humor, fui ao banheiro tirando a roupa e prendendo o cabelo para entrar no
chuveiro, tomei um banho demorado e pelo sono acabei perdendo noção do tempo quando sai fui direto para o closet e antes olhando o horário e faltavam 40
minutos para sair de casa, coloquei uma calça clara um pouco justa e coloquei
uma blusa de manga branca solta e um moletom colocando-o em seguida, calcei
meus vans de um azul claro.
Voltei para o quarto e peguei minha mochila que era preta a colocando pendurada em um braço, olhei a hora e já estava quase na hora, andei pelos corredores e desci lentamente a escada indo a cozinha sentido um cheiro forte de café.
– Bom dia pai, mãe. – disse adentrando a cozinha e colocando a mochila na cadeira ao lado da que eu tinha acabado de sentar.
– Bom dia, pode se servir. – disse minha mãe sorrindo e se sentando na minha frente.
– Bom dia filha. – disse meu pai me dando um beijo na testa.
Eles começaram a conversar e eu a me servir, tomei meu café e olhei no relógio faltavam 20 minutos para a entrada.
– Pai o senhor vai me levar para a escola? – perguntei me levantando e pegando a mochila.
– Claro, vamos – ele disse terminando o café. – Tchau Elizabeth. – ele disse para minha mãe.
– Tchau mãe. – disse e dei um beijo no seu
rosto.




– Tchau filha e boa sorte na
escola, nada de se envolver com pessoas problemáticas e não arrume problemas, seja simpática, por favor. – 
ela disse me olhando com um olhar de preocupada.




Eu murmurei um “claro” e sai indo até a porta com meu pai, a paisagem era de inverno, as ruas estavam com poças de água e as folhas de arvores estavam
caídas por todos os lados, ainda ventava então entramos na garagem e depois no
carro, eu sentei no carona e logo meu pai ligou o carro e já estávamos a
caminho da escola, liguei o rádio do carro e tocava uma música qualquer, não
prestei atenção na letra e me “desliguei” de tudo, apenas fiquei encarando
minhas mãos que estavam sobre minhas pernas, esfreguei-as uma na outra por
estarem geladas, e suspirei dando uma olhada pela janela, meu pai ligou o
aquecedor do carro em silencio e continuou o trajeto.




– Preparada? – meu pai perguntou e me olhou
com um olhar como se quisesse me confortar, e foi ai que me toquei de que já
estávamos na frente da escola, havia uma placa grande com o nome da escola High
School Stratford Northwester, era parecida com qualquer outra escola comum de
Nova York.





– Mesmo que não estivesse, eu teria escolha? – eu disse olhando pra ele.
– Não. – ele deu uma
leve risada e me olhou – Está na hora o
sinal já vai tocar, melhor ir ainda vai ter que procurar a sala. – 
ele
disse e olhou em volta prestando atenção na escola.
– Tudo bem. – falei e suspirei pesadamente, olhei pela janela e tinham uma grande quantidade de alunos, todos estavam com roupas de inverno e alguns conversavam na frente da porta de entrada. – Já está na hora, eu tenho que ir. – eu disse e sorri para meu pai abrindo a porta.
– Boa sorte, na hora da saída vou estar aqui te esperando, qualquer coisa me ligue. – falou e eu
fechei a porta me virando e ouvindo o barulho do motor, virei o rosto e pude
ver o carro virando a esquina e sumindo.
A maioria das pessoas me olhavam como se nunca tivessem visto um ser
humano na vida, comecei a andar em direção a entrada e alguns comentavam, fingi não estar prestando atenção neles e entrei na escola, apertei a alça da mochila que estava nas minhas costas e continuei andando pelos corredores procurando a diretoria para pegar meus horários e livros.
Olhei para o lado procurando uma porta que dissesse “Diretoria” mas não
encontrei nenhuma, só avistei meninas me olhando com expressão de raiva e
algumas de nojo, os garotos me olhavam comentando com os outros e me encaravam de cima a baixo, aquilo estava me deixando nervosa e com raiva, o estilo das outras garotas eram totalmente diferente do meu, elas usavam saias extremamente curtas e saltos finos altos, me perguntei como elas não estavam sentindo frio com aquelas roupas, talvez já estejam acostumadas, algumas tinham maquiagem forte usavam roupas extravagantes, comecei a me sentir estranha diante de tudo aquilo, eu devia estar parecendo uma menininha com medo de tudo aquilo, a minha expressão devia chegar a ser engraçada, já que vi uma menina rindo de mim, e o que mais me surpreendeu foi um grupo que me olhou com pena, porque tudo aquilo?
Tentei ignorar tudo e levantar a cabeça, e foi isso que fiz, assim que
vi a diretoria dei um suspiro de alivio e entrei nela rapidamente.
– Olá, sou Scarllet Wh... – ia terminar de falar quando uma senhora que aparentava ter 50 anos apareceu ao meu lado e me interrompeu.
– Senhorita Whille, é um prazer a ter aqui na nossa instituição, seja bem vinda –ela disse sorrindo e eu como na obrigação correspondi o sorriso com um falso, claro. – Sou a diretora, Falks, Ramona Falks. – ela disse e esticou a mão e eu a apertei.
– Claro, obrigada, eu vim pegar meus horários e livros. – disse
sorrindo e tentando parecer simpática, e como disse, tentando.
– Seus livros já estão em seu armário que é o número 215, e os seus horários estão bem aqui. – Senhora Falks disse e me entregou um papel
com meus horários – logo atrás tem o número de seu armário e a combinação para a senhorita não esquecer. – ele disse e percebi que ela me olhou de cima a baixo e deu um sorriso dessa fez forçado.
– Muito obrigada, eu já vou procurar a sala, não quero chegar atrasada é meu primeiro dia. – falei indo a porta.
– Sim, qualquer coisa pode falar comigo tudo bem? – Falks
disse.
– Sim, qualquer coisa eu venho, obrigada mais uma vez. – disse e
sai.
Olhei procurando o meu armário, estava ficando cada vez mais difícil, os alunos no corredor aumentava a cada
minuto, e um barulho alto soou e todos começaram a andar em direções e entrar
em salas, o sinal já tinha batido, os corredores já estavam praticamente
vazios, os números estavam ficando próximos do 215.
Assim que olhei era o 215 olhei a combinação e abri o armário olhei-o e vi os meus livros, eram muito, chequei os meus horários e o meu primeiro era Biologia, procurei o livro e o guardei na mochila, aproveitei e coloquei o dos próximos horários junto, fechei a mochila a colocando nas costas novamente e fechei o armário, agora os corredores já estavam totalmente vazios, olhei o número da sala que era 19, procurei as salas do primeiro andar e nenhuma era a minha, achei escadas que levavam ao segundo andar e subi, já estava começando a ficar frustrada com o motivo de não estar achando a sala, eu já estava atrasada 15 minutos para a aula, se eu soubesse que seria tão difícil assim achar a sala teria pedido para a Senhora Falks me acompanhar, olhei para o lado e continuei andando, senti um enorme empurrão e cai no chão com muita força, meu corpo foi todo contra o chão.
– Me desculpe, por favor, você está bem? – olhei
para frente e vi um menino com o cabelo preto e olhos extremamente azuis, e com
a expressão preocupada e desesperada, ele se abaixou a minha altura.
– Minhas costas estão doendo um pouco. – disse
fazendo uma cara de dor, realmente estava doendo, ele se chocou contra meu corpo com muita força, ele parecia estar correndo na hora.
– Me desculpe, eu te ajudo vem. – ele colocou uma das mãos nas
minhas costas e com a outra segurou minha mão me ajudando a levantar.
 Tudo bem, não precisa se preocupar foi só dor momentânea. – eu
disse já em pé, enquanto observava ele pegando minha mochila e o papel com meus horários do chão.
– Eu não te vi, eu estava correndo por que estou atrasado. – ele disse
dando um sorriso de canto dos lábios e com a expressão aliviada.
– Eu também, eu sou nova e estou procurando minha sala, mas não encontro de jeito nenhum. – disse o olhando e suspirando.
– Claro você é a Scarllet Whille não é mesmo? – ele
perguntou sorrindo e eu apenas assenti sorrindo sem mostrar os dentes. – e bem, eu sou Logan. – ele falou e olhou para meus horários.
– Logan, será que você pode me ajudar a achar minha sala? Eu não quero me atrasar mais do que eu já estou. – eu disse envergonhada.
– Sim, a sua primeira aula é Biologia eu te levo até ela, sala 19 não vamos demorar, vem. – ele me chamou e me coloquei ao lado dele enquanto
andávamos. – Você é de Nova York, estou certo? – perguntou me olhando pelo canto dos olhos enquanto andava e soltando uma risada.
– Sim, como sabe? – disse confusa.
– Todos meio que “investigaram” sobre você, e claro todos já sabem informações o bastante sobre você. – ele disse e parou em frente a uma
sala.
– Nossa. – disse surpresa. – É estranho saber que todos já sabem coisas sobre mim. – disse e dei uma risada.
– Sim é bem estranho. – ele riu. – Esta é sua sala, sala 19, eu queria poder dizer que sou desta aula também, mas infelizmente não. – ele disse e sorriu, um sorriso cativante. – aqui está sua mochila e seus horários,
se precisar de ajuda para achar outras salas é só me chamar.

– Vai ser mais fácil achar a sala do que te achar. – eu disse
pegando minha mochila e os horários da mão dele.
– Tudo bem então, eu te procuro depois, agora boa sorte com o professor, você vai precisar. – Logan disse e saiu rindo e virou o corredor.
 Claro que vou – disse em um sussurro para mim mesma.
Preparei-me e bati na porta da sala de aula ouvi um “Entra” e a abri entrando na sala, a maioria voltou os olhares para mim e o professor me encarou.
– Você deve ser Scarllet Whille, estou certo senhorita? – disse um
homem que parecia ter mais de 30 anos, com o cabelo ruivo e com sardas no
rosto, ele usava um óculos quadrado e grosso, ele parecia irritado.
– Sim, sou eu mesma. – eu disse com a voz baixa e olhando para o
professor que me olhava com uma expressão nada boa.
– Bem eu sou o professor de Biologia, Flyn. – ele disse e me encarou.
– Pode se sentar.
Eu olhei para a sala e não vi nenhum local vazio, todos estavam sentados com sua duplas, alguns me olhavam, outros estavam pouco se ligando em tudo o que acontecia e algumas meninas ou estavam com seus celulares ou conversando.
– Se sente com a Hayle. – ele disse e apontou para uma
menina, ela tinha os cabelos castanhos presos em uma trança baixa, usava um
óculos e roupas que não combinavam e não eram nada bonitas, e parecia ser muito tímida, todos riram quando o professor disse que ela seria meu par, mas eu não estava me importando com isso.
Andei em direção a cadeira ao
lado de Hayle e me sentei a olhei e dei um sorriso para ela que parecia
nervosa, ela deus um outro e percebi que ela usava aparelho.




– e senhorita Whille só para deixar claro, nós não suportamos atrasos, então fique mais responsável e não se atrase da outra se não quiser levar detenção. – o professor me avisou e se virou começando a explicar a matéria.
 Oi eu me chamo Scarllet. – disse para Hayle sorrindo.
– Olá. – ela disse e olhou para o quadro como se não
quisesse falar comigo.
Peguei meu livro e meu estojo dentro da mochila e comecei a prestar atenção na aula, não tive nenhuma de dificuldade para fazer os deveres que o professor passou, terminei tudo o que tinha que fazer e fiquei esperando o sinal tocar.
Depois de algum tempo o sinal tocou e todos se levantaram arrumando os cadernos e livros.
Levantei-me e fechei meu livro e guardei na minha mochila, guardei o estojo e fechei a mochila, olhei o horário e eu ia ter 10 minutos antes da próxima aula que era de Filosofia.
Sai da sala e comecei a procurar um lugar que pudesse ficar sozinha durante o tempo do próximo sinal.
Achei um corredor que estava vazio e sem barulho diferente dos outros, avistei um bebedouro e parei nele para beber um pouco de água, enquanto bebia alguém parou do meu lado vi pelo canto do olho o tênis da pessoa, terminei de beber e levantei a cabeça, virei e já estava pronta para andar quando alguém me chama.
– Scarllet é você? – diz uma voz fria e rouca, sem olhar eu já sabia
de quem era essa voz, dele, Justin, o medo veio no mesmo segundo.
Virei lentamente desejando que tudo aquilo não passasse de um pesadelo, mas não, ele estava ali, olhando para mim, ele parecia surpreso assim que viu que era eu mesma, ele usava uma calça branca caída, uma blusa preta com um casaco por cima e calçava supras vermelhos.
– Sim sou eu. – eu disse baixo e olhando para ele.
– O que você está fazendo aqui? – ele disse com a voz mais rouca do
que o normal e começou a se aproximar de mim lentamente, sem parar de olhar nos meus olhos.
– Acho que o mesmo que você, estudando. – disse com um
sorriso debochado, também o encarando.
Bieber parou bem na minha frente e suspirou forte.
– Claro, estudando. – ele murmurou num sussurro, mas pela
proximidade eu consegui escutar.
– Isso estudando. – disse séria e ouvi o sinal tocar. – E se você não se importa, eu tenho que ir para a sala agora. – disse pronta para me virar e sair daquele corredor.
– Eu me importo sim. – ele disse com a voz irritada e me segurou pelo
braço com força.
– Me larga, quem você pensa que é para me segurar desse jeito? – disse irritada e sentindo uma certa dor no local que ele apertava.
– Quem você pensa que é para me seguir? – ele disse falando entre dentes me encarando e enfatizando o “Você”.
– Você está doido? – eu disse com raiva e alterando minha voz,
Justin pareceu se irritar mais e colocou mais força no meu braço o que fez eu
sentir uma dor maior. – Bieber você está começando a me machucar, me larga agora. –eu disse tentando me soltar e com uma mão tentando o empurrar.
– Eu te solto depois que você me explicar o porque me seguiu. – ele disse afrouxando o aperto e me encarando com ódio.
– Você disse uma coisa para mim e eu não consegui entender o que você quis insinuar com aquilo, eu te chamei e você fingiu que não me escutou, por isso te segui. – eu disse olhando nos olhos dele e falando tudo com
raiva e com a voz alta, ele soltou o meu braço como se fosse algo
insignificante.
– Você não devia ter me seguido. – ele disse sem expressar
sentimento algum.
– Porque? – o encarei e logo continuei – É porque você não queria que ninguém soubesse que você fica indo pra uma floresta com um amigo é isso? – eu disse o enfrentando e segurando meu braço que ardia um pouco.
– Acho melhor você não abrir essa sua boca, eu não estou brincando. – ele disse ainda sem expressão.
– Sério? E o que você vai fazer? – eu disse me aproximando mais
dele.
– Não vou perder meu tempo com você, faça o que quiser, mas saiba que vão haver consequências. – ele disse frio e se virou saindo do corredor.
Eu não conseguia acreditar no que tinha acabado de acontecer, eu devia estar pálida o meu estado devia ser
lastimável, eu virei e andei até virar o corredor enquanto andava eu comecei a
pensar o quanto agressivo ele havia sido, e a pensar que eu não devia ter me
colocado nesta história, eu devia ter ficado quieta, mas eu não consegui, ele
me irritou com toda aquela ignorância, o pior é que eu estava com medo.
Andei até um banheiro e entrei nele, fui até a pia e liguei a torneira lavando meu rosto em seguida, levantei a manga no meu casaco e da minha blusa para ver se havia alguma marca, mas não, só uma vermelhidão, nada demais.
Esse primeiro dia de aula não podia estar sendo pior, tudo parece estar conspirando contra mim, mas se ele acha que vou ter medo e me esconder dele, ele está errado, medo eu posso ter, mas não vou demonstrá-lo, eu não vou abaixar a cabeça e ser a medrosa, tudo isso vai ter volta.

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